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Blog da Adriana Vilarinho

Arrependido de uma tatuagem? Tire dúvidas sobre sua remoção

Adriana Vilarinho

03/06/2019 04h00

Crédito: iStock

Quando falamos sobre remoção de tatuagens, surgem questões como: o desenho será apagado totalmente? Qual a cor mais difícil de remover? Quem tem queloide pode realizar o processo de remoção? Como funciona?

Calma, vamos esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto.

Uma das opções mais utilizadas para a remoção de tatuagens é o laser. O mecanismo de ação acontece por emissão de raios direcionados ao pigmento, que absorve a luz emitida, provocando, assim, a desintegração de suas partículas em partes menores, que serão reabsorvidas pelo organismo aos poucos.

É importante que cada caso seja avaliado pelo dermatologista, para identificar as características da tatuagem e o tipo de pele, para então sugerir qual o número de sessões necessárias para atingir o resultado desejado.

Tatuagens coloridas são mais difíceis de serem removidas, pois os lasers diferem de acordo com a cor do desenho. Tatuagens vermelhas respondem bem ao laser de comprimento de onda de 532nm (Nd:YAG) e tatuagens azuis e verdes respondem bem ao laser 755nm (Alexandrite – laser de picossegundos).

De forma geral, tatuagens amarelas e laranjas costumam não ter uma boa resposta ao tratamento. Desenhos na cor preta são mais fáceis de remover, independentemente do laser utilizado. Já com tatuagens na cor branca, é preciso ter cautela, pois o pigmento pode conter partículas de óxido de ferro, podendo ocasionar um escurecimento inicial transitório com a aplicação do aparelho nas primeiras sessões.

Tatuagens cosméticas em tons de vermelho e marrom geralmente possuem óxido de ferro em sua composição, e já foi demonstrada a oxidação desse componente após tratamento com laser QS Rubi, por isso podem escurecer nas primeiras sessões, antes do efeito do clareamento aparecer.

O uso do laser para o clareamento de micropigmentação em sobrancelhas apresenta bom resultado, mas os pelos no local podem ficar temporariamente mais claros.

É preciso atenção redobrada para pacientes com antecedentes de queloide, pois alguns indivíduos podem apresentar o desenvolvimento de cicatrizes hipertróficas nos locais de aplicação de laser.

Outras doenças de pele como vitiligo, psoríase e algumas doenças autoimunes também podem ter contraindicações relativas ao uso de laser para remoção de tatuagem. Por isso, é imprescindível a avaliação do dermatologista para análise diagnóstica, indicação do tratamento e avaliação dos riscos da terapêutica proposta.

Sobre a autora

Adriana Vilarinho é graduada pela Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, especialista em dermatologia pela Associação Brasileira de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual é membro. Também faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da American Academy of Dermatology.

Sobre o blog

O que a gente chama de beleza é o reflexo da saúde. Uma pele bonita é uma pele saudável, cabelos bonitos são cabelos saudáveis e por aí afora. Este é o espaço para quem busca orientações dermatológicas confiáveis, sempre visando o bem-estar, com dicas que muitas vezes podem ser até bem simples e descomplicadas, mas que são sempre baseadas na experiência médica.

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