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Blog da Adriana Vilarinho

Seis problemas de pele desencadeados pelo estresse

Adriana Vilarinho

08/10/2018 04h00

Crédito: iStock

O estresse é um problema cada vez mais comum em nosso dia a dia e pode prejudicar diversas partes do nosso organismo, como o coração, o cérebro, o intestino… Com a pele não é diferente. A derme é um órgão muito vulnerável às emoções e pode apresentar diversos problemas em situações de grande tensão ou desgaste emocional. A seguir, mostro alguns dos principais:

Vitiligo

É uma condição com predisposição genética. No vitiligo, o próprio sistema de defesa do organismo produz anticorpos que destroem as células que produzem o pigmento (melanina) da pele, gerando manchas brancas em diferentes lugares do corpo. Fatores emocionais podem ser desencadeantes ou agravar a doença.

O tratamento é a base de pomadas, laser e radiação.

Psoríase

É caracterizada pelo aparecimento de placas avermelhadas com escamas esbranquiçadas. Elas surgem principalmente nos cotovelos, joelhos, no couro cabeludo e nas unhas, ou espalhadas pelo corpo. Pode ocorrer quadro de artrite associada.

Dos cerca de 5 milhões de brasileiros atingidos pela psoríase, 25% enfrentam estágios de moderado a grave da doença, com grande impacto na qualidade de vida –-de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O problema tem predisposição genética, piora muito em climas mais secos e pessoas mais tensas e sob situações de estresse são mais sujeitas a desenvolver a doença.

O tratamento em casos mais leves pode ser feito com hidratação da pele, uso de pomadas e exposição solar recomendada por um dermatologista. Em situações mais extensos, tratamentos mais modernos incluem o uso de agentes biológicos, que modulam a resposta imunológica. Eles são indicados em casos graves ou quando os medicamentos convencionais (metotrexato e ciclosporina) não surtem os efeitos esperados.

Acne

Em situações de grande estresse, o nível de cortisol no organismo aumenta, o que estimula a síntese de hormônio masculino e faz a glândula sebácea produzir mais sebo, agravando a acne. O tratamento varia conforme a gravidade da acne e pode incluir o uso de ácidos de uso tópico, antibióticos tópicos ou orais, isotretinoína, prescrição de contraceptivos orais e lasers.

Alopecia areata

O problema é caracterizado pela queda de cabelo súbita, que pode levar ao aparecimento de placas arredondadas sem cabelo, ou até mesmo com perda total do cabelo. A doença pode ser passageira ou persistente. O tratamento inclui o uso de corticoide tópico no local das falhas, além de xampus, loções, minoxidil tópico, lasers, fotobioestimulação com LED e, em casos mais resistentes, transplante capilar.

Dermatite seborreica 

Inflamação da pele que gera vermelhidão, coceira e descamação nas áreas de maior concentração de glândulas sebáceas no corpo: em torno do nariz, nas sobrancelhas, atrás da orelha, na face e no peito. No couro cabeludo, é conhecida como caspa.

As causas e fatores predisponentes incluem predisposição genética, peles mais oleosas e a presença do fungo P. ovale no couro cabeludo.

O estresse é conhecido como gatilho do problema. Além da tensão excessiva, mudanças climáticas e alterações hormonais também estão relacionadas com as crises agudas.

O tratamento inclui xampus à base de enxofre, piritionato de zinco e cetoconazol, loções capilares com ácido salicílico, ureia e cetoconazol, com ou sem hidrocortisona.

Dermatite atópica e urticária

A urticária é caracterizada pelo surgimento de placas vermelhas na pele, com coceira e que podem acometer todo corpo, muitas vezes sem fatores desencadeantes identificados.

A dermatite atópica tem predisposição genética e é caracterizada por erupções e crostas na face, no couro cabeludo, nas mãos, nos pés, nas dobras dos braços e nas pernas. A coceira pode ser tão intensa que há risco de ferimento pelo atrito, com infecção secundária das lesões. O problema é mais comum em portadores de asma e de rinite alérgica.

O estresse pode agravar as duas doenças, seja com o surgimento de novas lesões, seja com o desencadeamento ou piora da coceira. O tratamento desses problemas é feito com cremes ou pomadas de corticoides; anti-histamínico oral para combater a coceira; antibióticos orais se houver infecção e imunomoduladores de uso local.

Nos casos de urticária, pode ser indicada a realização de exames laboratoriais para excluir a existência de outras causas.

Para mais informações, consulte sempre seu dermatologista!

Sobre a autora

Adriana Vilarinho é graduada pela Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, especialista em dermatologia pela Associação Brasileira de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual é membro. Também faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da American Academy of Dermatology.

Sobre o blog

O que a gente chama de beleza é o reflexo da saúde. Uma pele bonita é uma pele saudável, cabelos bonitos são cabelos saudáveis e por aí afora. Este é o espaço para quem busca orientações dermatológicas confiáveis, sempre visando o bem-estar, com dicas que muitas vezes podem ser até bem simples e descomplicadas, mas que são sempre baseadas na experiência médica.

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