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Blog da Adriana Vilarinho

Alisar, pintar... Que cuidados ter ao fazer procedimento químico no cabelo?

Adriana Vilarinho

11/02/2019 04h00

Crédito: iStock

Seja para mudar o visual, seja para camuflar os fios grisalhos, seja para alisar os fios ou seja para melhorar brilho e hidratação, mulheres e homens de vários cantos mundo e de diversas faixas etárias submetem-se aos inúmeros procedimentos capilares químicos disponíveis no mercado.

Ao mesmo tempo que assumir os cabelos naturais voltou à moda e que a procura por produtos menos agressivos tem sido cada vez maior, ainda existem muitas pessoas que almejam conquistar fios lisos e sem frizz. Para isso, acabam lançando mão de tratamentos químicos e alisamentos que muitas vezes podem trazer grandes prejuízos aos fios e ao couro cabeludo.

Os cabelos que passam por processos químicos (escovas "progressivas", tinturas e alisamentos) sofrem alterações estruturais e podem ficar com aspecto elástico e quebradiço. É comum o surgimento de irritações no couro cabeludo e o aparecimento de pequenas feridas e queimaduras.

O produto químico utilizado inadequadamente ou de forma exagerada torna o fio sensível e frágil, como consequência ocorre a desestabilização dos fios, perda das proteínas e a diminuição da resistência, o que ocasiona o chamado "corte químico" (quebra dos fios).

Encontramos facilmente, dezenas de opções no mercado e a grande maioria esconde o principal elemento químico – o ácido fórmico: o famoso formol.

Não é novidade que o formol em excesso nas fórmulas capilares provoca inúmeros danos não só para a saúde dos cabelos, mas também pode causar problemas respiratórios, entre outros. Por esses e outros motivos, a Anvisa limita o seu uso nas fórmulas com concentração máxima de 0,2%. O grande problema é que para conseguir o efeito prometido, muitos fabricantes e estabelecimentos desrespeitam as normas.

Para segurança de que a fórmula utilizada não contém o ácido fórmico, o ideal é procurar produtos e procedimentos liberados pela ANVISA.

Nem sempre os rótulos são totalmente confiáveis, pois o aditivo químico pode ser apresentado com muitos nomes distintos. Determinadas substâncias, ao entrarem em contato com o vapor das chapinhas, transformam-se no formol.

Ultrapassar o limite permitido da concentração de ácido fórmico, significa correr sérios riscos. Os danos vão desde queixas capilares como queda e quebra dos fios, coceiras, irritações e queimaduras, até problemas sistêmicos, como intoxicação, tontura, alterações no trato respiratório e pneumonia.

 

Recomendações são fundamentais

– Antes de fazer qualquer tipo de procedimento químico, analise criteriosamente e conheça a técnica escolhida.

– Evite o excesso de procedimentos capilares envolvendo produtos químicos, como realizar mais de um procedimento no mesmo dia ou em um intervalo curto de tempo.

– Prepare o cabelo para receber o produto, quanto mais saudável e hidratado forem os fios, menores serão os eventuais danos.

– Usar produtos específicos para cabelos quimicamente tratados é indispensável para manter a saúde e a integridade dos fios.

E por fim, é necessária muita cautela para escolher o melhor tipo de tratamento e o mais adequado para o cabelo. Consulte sempre seu Dermatologista ou Tricologista, para avaliação de quais procedimentos são adequados para seu tipo de fio.

Sobre a autora

Adriana Vilarinho é graduada pela Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, especialista em dermatologia pela Associação Brasileira de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual é membro. Também faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da American Academy of Dermatology.

Sobre o blog

O que a gente chama de beleza é o reflexo da saúde. Uma pele bonita é uma pele saudável, cabelos bonitos são cabelos saudáveis e por aí afora. Este é o espaço para quem busca orientações dermatológicas confiáveis, sempre visando o bem-estar, com dicas que muitas vezes podem ser até bem simples e descomplicadas, mas que são sempre baseadas na experiência médica.

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