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Bronzeamento artificial não faz nada bem à pele: saiba mais

Adriana Vilarinho

20/01/2020 04h00

iStock

Ter o bronzeado do verão durante o ano inteiro não é fácil e, por isso, algumas pessoas recorrem às câmaras de bronzeamento artificial para manter a pele dourada. O serviço de bronzeamento artificial é oferecido como uma forma menos agressiva do que a radiação solar para dar cor à pele, minimizando possíveis queimaduras solares e desconfortos, as câmaras de bronzeamento artificial foram proibidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009 no Brasil, em função dos riscos oferecidos à saúde.

Esses equipamentos funcionam por meio de luzes artificiais que emitem radiação ultravioleta A (UVA), mais potente que o sol, principal responsável pelo envelhecimento da pele, além de também predispor ao câncer. O UVA penetra profundamente na pele alterando fibras elásticas e colágenas, provocando rugas, perda da elasticidade e manchas.

Mas por que a pele não fica vermelha após as sessões? Porque o responsável pela vermelhidão da pele é a fração B da radiação ultravioleta (UVB), principal agente causador do câncer da pele, cuja presença nas câmaras de bronzeamento é relativamente menor.

Porém, o fato de a pele não ficar vermelha não significa que ela não esteja sendo danificada, pois este fotoenvelhecimento só aparecerá após alguns anos.

Quanto maior o tempo de exposição nas câmaras de bronzeamento e mais sessões, maiores são os riscos para a saúde da pele. Por isso, a melhor opção para um bronzeamento saudável é a exposição solar antes das 10h e após 16h, sempre sob uso de filtro solar adequado à cada tipo de pele.

Há mais alternativas que oferecem menos riscos, como os autobronzeadores em gel, creme ou loção. Estes possuem dihidroxiacetona, substância que provoca uma reação química na pele, escurecendo-a. Esta reação pigmenta a camada mais externa da pele (camada córnea), dando uma cor semelhante à do bronzeamento. Contudo esses produtos não estimulam a produção da melanina, pigmento que dá a cor natural da pele, portanto, não estão bronzeando, apenas tingindo a camada córnea.

Consultar um dermatologista para que recomende o produto mais adequado é importante, a fim de evitar não somente alergias e sensibilidades, como também manchas, pois há detalhes que devem ser considerados, como o intervalo entre as aplicações e uso de luvas, por exemplo.

Os autobronzeadores não devem, entretanto, ser confundidos com protetores solares, a não ser que tragam a indicação de que possuem filtros solares associados ao produto e com FPS maior ou igual a 15.

Sobre a autora

Adriana Vilarinho é graduada pela Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, especialista em dermatologia pela Associação Brasileira de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da qual é membro. Também faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da American Academy of Dermatology.

Sobre o blog

O que a gente chama de beleza é o reflexo da saúde. Uma pele bonita é uma pele saudável, cabelos bonitos são cabelos saudáveis e por aí afora. Este é o espaço para quem busca orientações dermatológicas confiáveis, sempre visando o bem-estar, com dicas que muitas vezes podem ser até bem simples e descomplicadas, mas que são sempre baseadas na experiência médica.

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